Design antes do Design

É possível encontrar pinturas e artefatos que demonstram a preocupação com elementos projetuais no desenvolvimento de seus produtos, considerando, entre outros fatores, a estética, a função e a interface com o usuário, desde os primórdios da Humanidade, com destaque para a Civilização Egípcia. Pretendo adicionar periodicamente imagens explicativas destes artefatos ou pinturas representativas.

Ao final desta página, é possível encontrar materiais explicativos sobre o Egito Antigo e suas divisões política e religiosa. Pretendo disponibilizar materiais sobre outras civilizações em breve.


O Design e a Ergonomia existem muito antes de assim serem denominados


As informações que seguem foram copiadas do site http://antigoegito.org. Assim que eu puder, vou ler a matéria original, publicada na revista científica The Lancet, para disponibilizar metodologia de estudo e resultados completos.

Dedo artificial encontrado em múmia enterrada perto de Luxor. Data de cerca de 950 a 710 a.C.
Um dedão artificial muito bem preservado, encontrado preso em restos mumificados de uma mulher egípcia, é a prótese funcional mais antiga já encontrada, anunciaram especialistas nesta segunda-feira em artigo publicado na revista científica britânica The Lancet. Descoberta no ano 2000 perto de Luxor, na necrópole de Tebas, a prótese, de madeira e couro, pertenceu a Tabaketenmut, a filha de um alto sacerdote que viveu entre 950 e 710 a.C.
A datação facilmente faria desta a mais antiga prótese conhecida, alguns séculos mais velha do que a perna de bronze e madeira descoberta em um cemitério perto de Cápua, Itália. Mas apenas a realização de testes em pacientes vivos poderia confirmar que a peça se tratava de uma prótese genuína, projetada não apenas como um ornamento para a vida após a morte, mas como um auxílio prático na locomoção.
Jacqueline Finch, cientista da Universidade de Manchester, fez isto com dois voluntários portadores de deficiências diferentes daquela de Tabaketenmut, que pode ter predido o dedão devido a uma gangrena provocada por diabetes. Finch fez cópias do dedão artificial, bem como de um segundo do sítio de Tebas confeccionada em papier maché, gesso e cola animal. Usando réplicas de sandálias como as que se usavam no Egito antigo, voluntários, dotados de dispositivos altamente sensíveis, caminharam por uma via especial, monitorada por câmeras movidas a bateria.

A imagem a seguir apresenta uma broca para tratamento odontológico datada de 9.000 anos. Não encontrei mais informações até o momento; assim que encontrar, postarei.

Broca de Dentista datada de 9.000 anos.




Um pouco sobre o Egito Antigo

ATON, deus do sol e rei dos deuses.

No Antigo Egito (uma estreita faixa de terra fértil em meio a desertos localizada no nordeste da África), havia uma organização política complexa e poderosa: O Estado. O soberano máximo era o faraó e a política estava estreitamente ligada à religião.

No vale do Rio Nilo, há cerca de seis mil anos, iniciava-se o desenvolvimento da civilização egípcia. As cheias do Nilo deixavam às sua margens um limo fertilizante que permitia ao solo produzir os cereais necessários. Por volta de 4000 a.C., os egípcios já constituíam uma sociedade organizada.

Neste período Pré-Dinástico, os primitivos habitantes formaram clãs; os clãs se uniram e em grupos maiores e formaram nomos (pequenos estados independentes). Através de guerras e tratados, os nomos formaram dois reinos: o do Baixo Egito e o do Alto Egito. Depois de uma longa guerra entre os dois reinos, o rei do Alto Egito, Menes, conquistou o Baixo Egito, unificando os dois reinos. O monarca recebeu o título de faraó e foi o fundador da primeira dinastia. A capital do reino unificado era Mênfis.

Texto adaptado de Libanoshow

É difícil determinar datas precisas na história dos faraós, já que os testemunhos desta época são escassos, além de virem de uma época em que a própria história estava nos seus primórdios (isto é, a escrita ainda estava nos seus inícios).

A tradição egípcia apresenta Menes (ou Narmer, em grego) como sendo o primeiro faraó ao unificar o Egipto (até então dividido em dois reinos). Segundo esta tradição, este seria o primeiro governante humano do Egipto, a seguir ao reinado mítico do deus Hórus. Documentos históricos, como a Paleta de Narmer, parecem testemunhar essa reunificação sob o faraó Menés, cerca de 3100 a.C, ainda que os egiptólogos pensem que a instituição faraónica seja anterior. Por isso, se fala também de uma dinastia 0.

Quanto ao último dos faraós, todos estão de acordo em dizer que se tratou de Cesarion (Ptolomeu XV), filho de César e Cleópatra VII, pertencente à Dinastia Lágida.

Estatuto e Papel dos Faraós na sociedade egípcia
Mais que um simples rei, o Faraó era também o administrador máximo, o chefe do exército, o primeiro magistrado e o sacerdote supremo do Egipto (sendo-lhe, mesmo, atribuído carácter divino). Em muitos casos, cabia ao faraó decidir, sozinho, a política a seguir. Na prática era frequente que delegasse a execução das suas decisões a uma corte composta essencialmente por:
·         Escribas, que registavam os decretos, as transacções comerciais e o resultado das colheitas;
·         Generais dos exércitos e outros oficiais militares, que organizavam as campanhas das guerras que o Faraó pretendesse empreender;
·         Um Vizir, que aplicava a justiça, em nome do Faraó;
·         Sacerdotes, incumbidos de prestar homenagem aos deuses, no lugar do faraó;
·         Um Sumo Sacerdote, que organizava e geria os bens pertencentes ao Clero;
De acordo com a mitologia egípcia, o próprio corpo do faraó tinha carácter divino, já que o seu sangue teria origem no seu antepassado mítico, o deus Hórus.

O estatuto e papel do Faraó são, portanto, hereditários, transmitindo-se pelo sangue. Apesar do papel subalterno das mulheres nesta sociedade, os egípcios preferiram, por vezes, ser dirigidos por uma mulher de sangue divino (como Hatshepsout) que por um homem que o não seja (sendo interessante que até Hatshepsout é representada em esculturas ostentando uma farta barba, símbolo de masculinidade e sabedoria). As linhagens faraónicas nunca chegaram, contudo, a prolongar-se durante muito tempo, interrompidas que eram por invasores e golpes de estado.

Quando o reinado de um faraó perfizesse um longo número de anos (em geral, trinta anos), era comum organizar-se uma Festa-Sed, com o fim, ritual, de restabelecer o seu vigor, de forma a mostrar ao povo que o seu governante ainda era capaz de comandar os destinos da nação.


Dinastias e seus Faraós


Período Arcaico

O Período Arcaico (3200 a.C. a 2300 a.C.) contempla a Pré-dinastia do Baixo Egipto, a Pré-Dinastia do Alto Egipto, ou Dinastia 0, a Primeira dinastia e a Segunda dinastia.

Pré-dinastia: Baixo Egipto

O Baixo Egito, conhecido como a "Terra Negra", consistia na parte norte do Nilo e no Delta do Nilo.

Nome
Comentários
Datas
Tiu
-
?
Thesh
-
?
Hsekiu
-
?
Wazner
-
c. 3050 ?

Pré-Dinastia: Alto Egipto ou Dinastia 0

O Alto Egipto, conhecido como a "Terra Vermelha", consistia no sul do Nilo e no deserto.

Nome
Comentários
Datas
Ro
-
c. 3200 a.C.
Ka Sekhen
-
c. 3175 a.C.
"Rei Escorpião"
Fundador da Dinastia I
c. 3150 a.C.
Narmer
-
c. 3050 a.C.

 

Primeira dinastia

A primeira dinastia de faraós egípcios faz parte, juntamente com a segunda dinastia, da época tinita (os Hórus tinitas - por terem origem em Tis, no Alto Egipto) ou período arcaico da sua história, indo de 3200 a.C. até 2778 a.C (variando estas datas consoante as fontes bibliográficas).

A primeira e segunda dinastia são, ainda, unidas sob a designação de "Período Protodinástico", sendo antecedida, por alguns autores, de uma Dinastia 0. Começou com a unificação do Alto Egipto com o Baixo Egipto. Formava-se, assim, um reino que ia da primeira catarata em Aswan até ao Delta do Nilo, ao longo deste rio.

Os documentos históricos que nos chegam desta época são escassos, reduzindo-se a alguns monumentos e alguns objectos que ostentam o nome dos governantes. A chamada "paleta de Narmer" é, sem dúvida, destes objectos, o mais importante e mais discutido. Uma das razões para esta falta de documentação deve-se ao facto de escrita estar, então, em desenvolvimento, não existindo na forma acabada dos hieróglifos que conhecemos hoje.

Grandes túmulos reais em Abidos, Neqada e Saqqara, juntamente com os cemitérios em Helouan, perto de Mênfis, revelam estruturas construídas em grande parte de madeira e tijolo de adobe. A pedra era, parcamente, utilizada no revestimento de paredes e do chão. A pedra era aplicada essencialmente na manufactura de ornamentos, recipientes e estátuas.

Nome
Comentários
Datas
Hor-Aha
ver Menes
c. 3050 a.C.
Djer
-
57 anos
Djet
-
Merneith
Esposa de Djet e regente para seu filho Den
57 anos
Den
de 14 a 20 anos
Anedjib
ou Adjib
26 anos
Semerkhet
-
de 9 a 18 anos
Qa'a
ou Ka
2916 a.C. ?-2890 a.C.


Segunda dinastia


Nome
Comentários
Datas
2890 a. C.- ?
ou Nebrê, ou Rêneb
39 anos
47 anos
ou, apenas, Peribsen
17 anos
 ? -2686


Império Antigo

O Império Antigo do Egipto, com a capital em Mênfis, iniciou-se com a unificação dos dois reinos, empreendida pelo faraó Menés e estendeu-se até 2130 a.C. Esse periodo caracterizou-se por grandes obras de irrigação e de agricultura, além de construção de grandes pirâmides. Neste período, o estado egípcio era pacifista e mantinha-se completamente isolados dos outros povos.



Primeiro Período Intermediário

Império Médio

O Império Médio (2100 a.C. a 1580 a.C.) foi iniciado pelos príncipes da cidade de Tebas, que se tornou capital. Pouco depois, tiveram início guerras internas que facilitaram a invasão do Egito pelo povo hicso. Os egípcios aprenderam, com os invasores, técnicas de guerra mais modernas. Aprenderam, também, a utilizar cavalos. Neste período, ocorreu a entrada dos hebreus no Egito, que foram posteriormente escravizados. Conseguiram, porém sair do Egito sob o comando de Moisés. Episódio narrado na Bíblia no livro de Êxodo.

Segundo Período Intermediário

Império Novo

O Império Novo (1580 a.C. a 525 a.C.) iniciou-se com a expulsão dos hicsos pelos príncipes de Tebas. Após muitas conquistas militares, o Egito se transformou em poderoso império. Com destaques dos faraós Tutmés III e Ramsés II. Na época da expansão territorial, os povos dominados eram obrigados a pagar tributos; com esta riqueza, foram construídos grandes templos. No final do Novo Império, novas invasões produziram o desmembramento e a decadência. Em 525 a.C., o faraó Psamético III foi aprisionado e derrotado pôr Cambises, rei dos persas. Após o domínio persa, o Egito foi conquistado pelos gregos e pelos romanos.

Império Tardio


Texto adaptado de Libanoshow e Wikipédia


A religião no Antigo Egito


Havia, no Egito, uma relação profunda de religião com a arte, a literatura, a filosofia e a política. A religião era política e politeísta antropozoomórfica (Politeísmo: religião em que há um grande número de deuses; antropozoomorfismo: os deuses eram identificados com formas humanas e/ou de animais). O culto era mais importante do que as crenças. Os egípcios acreditavam que os deuses comandavam o Universo, interferindo na vida humana a todo instante.

No período Pré Dinástico, cada nomo tinha o seu deus próprio; o deus protetor. Ocorrida a unificação política, vários deles desapareceram, enqüanto outros ficaram mais conhecidos. É o caso, por exemplo, de Amon Rá, deus sol, deus carneiro de Tebas. Havia, ainda, os deuses cósmicos, que quase não tinham culto, uma vez que não eram protetores especiais de região alguma: Num, o oceano; Nuit, céu; Geb, terra; Iâh, lua. Algumas seitas estrangeiras foram aceitas no Egito, como, por exemplo, a do deus Baal, da Fenícia. Havia o culto a homens divinizados e a animais.

No Egito, houve uma tentativa de transformar o politeísmo em monoteísmo, sem sucesso. O faraó Amenófis IV, influenciado por religiões estrangeiras e ansioso por diminuir o poder dos sacerdotes, provocou uma revolução religiosa proclamando Atón (sol) o deus único, sendo o próprio faraó o único representante dessa divindade. Trocou inclusive seu nome para Akhenaton, "o espírito atuante de Aton". Essa breve fase monoteísta do Novo Império Egípcio ocorreu cerca de meio século antes de Moisés liderar a fuga dos hebreus do Egito, que até então tinha práticas politeístas. Ele inclusive fundou uma nova capital, chamada El Amarna, tendo erigido nela o principal templo ao culto do deus Aton. Akhenaton tinha como rainha a bela Nefertiti e esta lhe deu seis filhas. Com uma rainha secundária, chamada Kiya, Akhenaton teve um menino chamado Tutankhaton (a imagem viva de Aton) que se tornou príncipe herdeiro do trono do Egito. Akhenaton reinou por cerca de 17 anos. Aproximadamente no ano 15 do seu reinado surge um misterioso coregente chamado Smenkhkare. Alguns egiptólogos acreditam que Smenkhkare era a rainha Nefertiti que assumiu atributos de faraó para tornar suave a transição de governo para o herdeiro do trono que, nessa época, deveria ter uns quatro anos de idade. Outros acreditam que ele era, na verdade, o filho mais velho de Akhenaton e irmão de Tutankhamon, que lhe sucedeu. Com a morte de Akhenaton Smenkhkare reinou por cerca de dois anos até que, aos oito anos de idade, o jovem Tutankhaton foi guindado ao trono do Egito. Seu breve período de reinado (ele morreu quando tinha aproximadamente 18 anos de idade) foi marcado pela reaproximação da família real com o clero tebano do deus Amon. Tanto que o faraó recém entronizado trocou o seu nome para Tutankhamon (a imagem viva de Amon), selando uma certa paz com os sacerdotes de Tebas e com as antigas tradições egípcias.

Os egípcios acreditavam na vida extra terrena, na imortalidade. Daí a necessidade da conservação do corpo através da mumificação. Devido aos altos custos, apenas uma pequena camada da população tinha acesso aos cuidados especiais que eram dispensados aos mortos.

Cosmogonias e Teologias
Uma cosmogonia que data do Antigo Império põe-nos em presença de Rá/Atum, que cria Shu (ar) e Tefnut (umidade), que produzem Geb (terra) e Nuit (céu). Por sua vez, estes dão origem a Osíris, Seth, Ísis e Nefth. O rei justo da Terra, Osíris, foi morto por seu irmão Seth, que o despedaçou em 14 pedaços e jogou ao longo do Rio Nilo. Ísis foi em busca dos pedaços do esposo, reuniu-os, com exceção do falo, ressuscitou Osíris e concebeu um filho dele (ainda que sem falo, tão somente com a energia espiritual), Hórus, o deus falcão, que travou uma luta com Seth que durou 80 anos e vingou o pai com o quem o faraó se identifica. Como na Mesopotâmia, cada templo das grandes cidades, sedes do poder, criava sua própria cosmogonia com o deus local no ápice da hierarquia. O ovo do qual saíra o Criador provinha do lago de Hermópolis. Ele emergia do caos aquático expresso por quatro seres: ocultação, trevas, estado amorfo e abismo aquoso.

Em Heliópolis, surgira das águas uma colina primordial de areia, ainda visível no local onde o mundo começava. Quanto aos atos cosmogânicos, os mais rudes, como a masturbação do deus criador, eram muito valorizados, mas nos principais centros religiosos surgiram teorias mais refinadas. Foi assim que, numa tradição mais tardia, Ptah concebe Atum no coração e cria-o pronunciando seu nome. Esse mito tornava Ptah superior a Atum e da mesma maneira Rá era superior a Atum, em virtude de sua posição anterior na cosmogonia.

O mundo segundo os egípcios era achatado e sustentava o céu, cuja forma de tigela invertida era, às vezes, a parte de baixo da vaca Háthor ou a parte de frente da deusa Nuit, que todas as noites engole o sol. Grande número de deuses tem formas de animais, o que não implica a adoração dos mesmos, mas talvez o reconhecimento de uma autoridade essencial e mais profunda ou uma inteligência das qualidades arquetípicas das coisas vivas.

A natureza proteiforme dos deuses egípcios é enigmática. São eles que criam os seres humanos, produzidos pela palavra de Ptah ou modelados no torno do oleiro. O espírito se conservará enquanto existir seu suporte físico. Essa preocupação com a subsistência faz com que a inumação (sepultamento) , segundo os ritos seja preferível à existência terrestre, mesmo confortável. As tumbas são mais importantes que as casas suntuosas e é impensável economizar em detrimento dos sacerdotes funerários.

Texto adaptado de Libanoshow e Wikipédia

Divindades Egípcias
Amenófis I
Rei divinizado
Anúbis
Deus do embalsamamento e da morte
Atum
Em Heliópolis é o rei de todos os deuses
Bés
Deus protetor dos sonhos
Hathor
Deusa da alegria e da festa
Hórus
Deus criador do universo
Isis
A deusa modelo para mães e esposas
Maát
Deusa da justiça
Meretseger
Protetora dos mortos
Neftis
A deusa protetora de túmulos
Neith
Deusa geurreira
Osíris
Deus dos mortos e do renaiscimento
Ptah
Deus criador dos homens e da arte
Deus do sol
Sekhmet
Deusa responsavel pelas epidemias e mortes
Seth
Deus que matou seu irmão Osíris
Thot
Deus da escrita e dos escribas